Aluno do CEUB desenvolve diagnóstico biotecnológico para a Hepatite B
- Gilson Paulo
- 9 de set. de 2022
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A partir de materiais biotecnológicos, Bruno Carrijo, estudante de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB) desenvolveu testes moleculares que detectam o vírus da hepatite B, causador de doenças hepáticas como a Cirrose Hepática e Carcinoma Hepatocelular (câncer), com maior especificidade. O experimento, que utilizou como ferramenta biotecnológica a combinação com o Baculovírus, revela uma opção de simples manipulação e baixo custo financeiro para a confecção de kits de exames e testes para futuras vacinas, visando melhorar as formas de prevenção, diagnóstico e o tratamento das doenças hepáticas no Brasil.
A pesquisa “Teste imunológico para detecção de antígenos de superfície do vírus da Hepatite B: uma estratégia promissora para desenvolvimento de insumo para diagnóstico” é fruto do Programa de Iniciação Científica do CEUB e foi desenvolvida em colaboração com o Laboratório de Virologia da Universidade de Brasília (UnB) sob supervisão do Professor Bergmann Ribeiro e sob a orientação da Professora Anabele de Azevedo Lima e colaboradores. Para desenvolver a pesquisa, o universitário usou culturas de células de insetos com o vírus recombinante (Baculovírus) contendo a proteína necessária para o diagnóstico. Representando um sistema mais barato e eficiente, o produto utilizado favorece a detecção da Hepatite B.
O experimento testou 25 amostras de pacientes cedidas pelo Laboratório Central do Distrito Federal (LACEN-DF), sendo que as amostras eram positivas para hepatite B com presença do antígeno previamente testadas e identificados de acordo com a doença pré-estabelecida. Nesse sentido, o estudo conclui que a principal vantagem da utilização da proteína analisada é a possibilidade de realizar teste rápido e específico e até mesmo para o desenvolvimento de vacinas.
De acordo com a orientadora acadêmica do projeto, Prof.ª Dra. Anabele Azevedo Lima, as linhas de pesquisa deste projeto visam identificar regiões com capacidade de reagir de forma mais específica, evitando reações cruzada com outros vírus que apresentem semelhança genética com o vírus da hepatite B. “A partir deste estudo, poderíamos, então, propor o desenvolvimento de insumo, como, por exemplo: kits de diagnósticos específicos para este vírus e produção de vacina com uma estratégia molecular diferente da que temos no mercado, com biotecnologia desenvolvida no país”, explica a docente.
Bruno Carrijo destaca que sua principal motivação foi ir além no âmbito da visão clínica, ampliando o olhar para necessidade de investimento em pesquisas científicas, a parte laboratorial e a de diagnóstico.“O trabalho revela a possibilidade do uso desta combinação para a produção de kits diagnósticos e futuramente a elaboração de antígenos vacinais acessíveis contra a hepatite B para a população. É um estudo de grande relevância para a saúde pública brasileira”, completa Carrijo.